§ No termo da formação do Curso de Cozinha e Pastelaria (2007-2010), o Chefe Januário Freitas, actual formador do CEF de Cozinha, partilhou um pouco da sua experiência...
- Como surgiu o gosto pela gastronomia?
O gosto pela cozinha manifestou-se precocemente, quando me sentava ao lado da minha avó e ficava a vê-la cozinhar nos potes. Muito cedo comecei a mexer nos alimentos: primeiro a fazer um bolo para a família, depois a misturar ingredientes para ver se ficava bom, o que nem sempre acontecia.
§ Tendo em conta a ampla experiência que, entretanto, foi adquirindo ao longo de um vasto percurso enriquecido por alguns prémios conceituados, que qualidades considera fundamentais a um bom chefe de cozinha?
Na minha opinião, é muito importante gostar daquilo que fazemos e, em particular, nesta área uma vez que é uma profissão cansativa e exigente, em que se trabalha, essencialmente, ao fim-de-semana, quando a maior parte das pessoas descansa e se diverte. Ser curioso é também uma qualidade fundamental, gostar de experimentar novos sabores, texturas e aromas, pois tanto a cozinha como a pastelaria são áreas onde a imaginação não tem limites.
§ Decorridos quase três anos de formação, como avalia o trabalho desenvolvido até agora?
Só posso fazer uma avaliação muito positiva, tendo em conta o facto de não se ter registado abandono escolar e considerando os elevados níveis de interesse evidenciados pela generalidade dos formandos.
§ Quais as principais dificuldades com que se deparou e como as superou?
No que diz respeito aos aspectos menos positivos, no início da formação sentimos algumas incertezas relativamente à mecânica do curso, que considero normais e que surgem sempre que iniciámos um percurso totalmente novo. No entanto, rapidamente se dissiparam com a experiência e dedicação.
A falta de um espaço específico e devidamente preparado para as aulas práticas constituiu, igualmente, motivo de alguma preocupação. Contudo, com o apoio da Direcção e a boa vontade de todos conseguimos improvisar uma cozinha e concretizar aulas práticas onde conseguimos concretizar os objectivos.
§ Ao longo do curso, participou em eventos e dinamizou várias actividades gastronómicas. Que momentos deste percurso destacaria como mais marcantes?
De facto, foram muitos os momentos em que tivemos oportunidade de mostrar as competências adquiridas nas aulas práticas. Salientaria a nossa participação na “Feira do Emprego”, o apoio que a turma tem dado ao nível de serviços de coffee-breack, em eventos de carácter formal que ocorrem na escola e, obviamente, o primeiro prémio atribuído, nos dois últimos anos lectivos, aquando da participação no “Concurso de Mesas de Natal”.
§ A nova escola incluirá uma cozinha pedagógica que contribuirá, certamente, para uma formação mais efectiva e mais profícua. Para além deste excelente motivo, indique-nos mais duas razões para a continuidade do Curso de Técnico de Restauração.
Em termos de empregabilidade, temos vindo a sentir uma crescente procura de técnicos de cozinha. Por outro lado, da experiência que temos tido, decorrente do acompanhamento que é feito aos formandos durante a Formação em Contexto de Trabalho, constatámos, pelas opiniões dos responsáveis pelos estabelecimentos onde decorrem os estágios, que há, ainda, muitas lacunas ao nível da formação, pelo que é necessário apostar cada vez mais neste tipo de cursos.